Como é de conhecimento público e notório, as dificuldades econômicas enfrentadas pelas empresas de transporte coletivo já vinham ocorrendo, ano após ano, em decorrência da perda significativa do número de passageiros transportados. Com a pandemia de Covid-19, a situação em muito se agravou.
Desde o início da pandemia, em março de 2020, a COLEURB adaptou o serviço para atender às orientações dos órgãos de saúde na prevenção do coronavírus, ofereceu serviço superior à demanda planejada para garantir o distanciamento social e a segurança no transporte e investiu valores relevantes para aquisição de álcool em gel, máscaras, bactericidas e outros equipamentos e insumos para garantir a segurança dos colaboradores e da população usuária do transporte.
Em 2019, transportávamos, em média, 45 mil passageiros por dia. No início da pandemia, chegamos a transportar, em média, 8 mil, ou seja, houve queda de 82%. Em outubro de 2020, este número passou a 24 mil passageiros por dia, o que representa uma média de 50% da quantidade habitual transportada antes da pandemia. Até dezembro de 2021, não houve um crescimento significativo no número de passageiros transportados, ficando a média anual em 26 mil.
Em 2022, mesmo com a retomada das atividades produtivas e o retorno da circulação da população, a média de passageiros transportados até abril é de 30 mil passageiros por dia, o que representa cerca de 65% da quantidade de 2019.
Em paralelo a essa situação, os insumos (pneus, combustível, peças, etc.) tiveram grande aumento de preços. O diesel, por exemplo, somente em 2022, teve reajustes de cerca de 47%[1][1] nas refinarias, impactando gravemente na saúde financeira da empresa. Nesta terça-feira, 10 de maio, foi anunciado um novo reajuste, de R$ 0,40 por litro.
Mesmo diante deste cenário, com a impactante diminuição da receita e aumento de despesas, a COLEURB não mediu esforços para manter o pagamento dos salários e encargos dos colaboradores em dia, assim como os compromissos com fornecedores. Para isso, nos anos de 2020 e 2021, contratou empréstimos bancários de valores vultosos, inclusive para suportar os reajustes concedidos aos salários. Estes empréstimos começam a ser pagos em 2022. Além disso, a COLEURB não deixou de fornecer serviços para os usuários, buscando realizar a operação conforme a demanda.
Nos anos de 2020 e 2021, mesmo com todas as dificuldades financeiras e operando com prejuízo, a empresa acordou a realização de reajustes salariais, o que acabou aumentando a dívida atual. Foram dois anos de grande prejuízo, que se acumulou para o ano de 2022.
Em 2022, o reajuste concedido pelo Poder Público à tarifa nem de perto gerou o necessário equilíbrio entre receita e despesas. Atualmente, considerando o número de passageiros transportados e o custo da operação, a empresa ainda opera em prejuízo, mês a mês, mesmo após o reajuste tarifário. A concessão de reajuste salarial, neste momento, ainda mais nos percentuais pretendidos, poderá inviabilizar em definitivo a continuidade da operação. São três anos já operando em prejuízo e, ainda assim, tentando manter as obrigações em dia, com colaboradores, fornecedores e população.
A empresa compreende a posição dos colaboradores, que têm justa expectativa em relação a reajustes periódicos de salário. Pondera, entretanto, que o momento é de trabalhar pela manutenção dos postos de trabalho e pela busca de alternativas que viabilizem a atividade das empresas que realizam o transporte público municipal.
COLEURB COLETIVO URBANO LTDA.
